A Gestalt ou Psicologia da Forma teve início no final do século XIX, na Áustria e Alemanha. Naquela época, o atomismo vigorava na psicologia, de tal modo que se buscava compreender o todo através do conhecimento das partes. Assim, a Gestalt nasceu em oposição a esse processo, visto que atenta para a compreensão dos fenômenos psicológicos exibindo-os como totalidades agrupadas e estruturadas, ao invés da soma de suas partes constituintes.
Segundo a Gestalt, o cérebro tem princípios operacionais próprios, com tendências auto-organizacionais que se fazem através dos estímulos recebidos pelos sentidos. Sendo assim, a doutrina parte do princípio de que o objeto sensível não é apenas um conjunto de sensações para o ser humano, pois a percepção está além dos elementos fornecidos pelos orgãos sensoriais.
Por volta de 1870, alguns estudiosos alemães começaram a pesquisar a percepção humana, principalmente a visão. Desse modo, analisavam especialmente as obras de arte, a fim de captar e compreender como se atingia certos efeitos pictóricos.
Os três iniciadores do movimento da Gestalt são Max Wertheimer, Wolfgang Köler e Kurt Koffka, na medida em que Wertheimer publicou, juntamente com seus colegas, em 1912, o primeiro trabalho considerado iniciador dos estudos da Gestalt, o qual tratava da percepção visual. Dando sequência aos estudos, desenvolveram as Leis da Gestalt, as quais regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e ideias.
As leis da Gestalt são baseadas no estudo do comportamento do cérebro no momento em que ocorre o processo de percepção. Dessa forma, foram elaboradas essas leis que regem a faculdade de conhecer os objetos. São elas:
Lei da Proximidade: De acordo com esta lei as coisas que estão próximas umas das outras parecem formar um grupo só.
Os círculos da esquerda parecem estar agrupados em colunas verticais, enquanto os da direita aparentam estar agrupados em fileiras horizontais.
Lei da Semelhança: A lei da semelhança defende que coisas que possuem algum tipo de semelhança parecem estar agrupadas. O agrupamento pode ocorrer tanto nos estímulos visuais quanto nos auditivos.
Nesta imagem a maioria das pessoas vê colunas verticais de círculos e quadros.
Lei da Pregnância: A lei da pregnância é referida como lei da boa forma ou a lei da simplicidade. Esta lei defende que objetos no ambiente são vistos de modo que se constituam o mais simples possível.
Lei da Pregnância: A lei da pregnância é referida como lei da boa forma ou a lei da simplicidade. Esta lei defende que objetos no ambiente são vistos de modo que se constituam o mais simples possível.
A logo apresenta um “U” formado por diversas imagens, entretanto, o que se vê primeiramente é a letra constituída pelas formas.
Lei da Continuidade: Está relacionada à coincidência de direções, ou alinhamento, das formas dispostas. Os elementos harmônicos produzem um conjunto harmônico, de modo atornar a compreensão das formas muito mais fácil.
Neste exemplo as tiras da sandália saem da página, de modo a causar o efeito de continuidade.
Lei da Clausura ou do Fechamento: A boa forma encerra-se sobre si mesma, compondo uma figura que tem limites bem marcados.
Na imagem acima não há triângulos ou círculos, mas nossas mentes completam as informações que faltam para criar formas e imagens familiares.
Por fim, a Gestalt é uma doutrina que traz em si a concepção de que não se pode conhecer o todo através das partes, e sim as partes por meio do conjunto. Desse modo, através dos estudos realizados e das teorias elaboradas na escola Gestalt no início do século XX, referentes à teoria da psicologia das imagens, foi possível criar condições favoráveis para a racionalização na construção de projetos gráficos.
Assim, as teorias Gestalt, válidas até a atualidade, tornam-se um importante ponto para a interpretação de diversas imagens bem como também servem de suporte para o desenvolvimento de novas mensagens visuais.
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